O Festival da Melancia de Arari tem origem com eventos de cunho político e do movimento estudantil no ano de 1977, quando o prefeito Benedito Abas realizou a inauguração do Centro de Abastecimento (antigo Mercado Municipal), na mesma data do encerramento do festejo católico de Bom Jesus dos Aflitos, um dos padroeiros de Aarri, em 14 de setembro.
De posicionamento político contrário ao prefeito de então, Pe. Clodomir Brandt e Silva, pároco local, resolveu suspender a festa de Bom Jesus dos Aflitos naquele ano e no ano seguinte, quando estudantes locais ligados ao Grêmio Arariense dos Estudantes – GAE (hoje Fundação Cultural de Arari), criaram o Dia da Confraternização Arariense, evento realizado no largo da matriz em substituição da festa religiosa, a partir de 1978, até então suspensa.
Voltando o sacerdote católico à realização do tradicional festejo religioso, os gremistas, como eram conhecidos os estudantes e líderes políticos historicamente ligados ao GAE, transferiram seu evento cultural e de entretenimento para o último final de semana de setembro, já na administração do prefeito gremista Domingos Aprígio Batalha.
Com o crescente cultivo agrícola da melancia, o Dia da Confraternização Arariense passou a ser associado à festa da colheita desse fruto, que aos poucos se tronou símbolo cultural do município. O já Festival da Melancia nascente passaria a ser realizado pela Municipalidade sempre no último final de semana de setembro, o concurso da maior e mais pesada melancia, premiação aos produtores da agricultura familiar local etc.
A partir de meados da década de 1980, já nas primeiras administrações do prefeito Leão Santos Neto, foi associada ao evento e se tornaria tradicional a Feira da Cultura, que por vários anos foi realizada junto com o festival, com lançamento de livros, exposições artísticas, palestras, apresentações folclóricas etc., no então Parque do Folclore, criado para eventos desse gênero.
Com o tempo a Feira da Cultura deixou de ser realizada, mas muitas manifestações culturais permaneceriam associadas ao evento nas décadas seguintes. O festival ganhou também o concurso da Rainha da Melancia e firmaria o Dia da Confraternização e o último final de setembro como de encontro anual dos ararienses e simpatizantes do lugar que voltam para rever parentes e amigos, além de outros turistas que têm Arari como destino certo na data.
Hoje, o evento conta com Cortejo da Melancia pelas ruas da cidade, com participação de produtores, que se confraternizam com moradores e visitantes com distribuição de provas da fruta; Encontro Tecnológico da Melancia; Exposição Agrícola; exposição e comercialização de artesanato e outras peças de arte da produção local; apresentações folclóricas; desfile e escolha da Rainha da Melancia e concurso da maior, mais pesada e mais saborosa Melancia, além shows variados.
A programação oficial é promovida pela Prefeitura de Arari, com organização da Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento e Secretaria Municipal de Cultura e Lazer, com a colaboração das demais secretarias e departamentos da gestão municipal. Além dos eventos da programação principal, eventos paralelos de produção independente já se tornaram tradicionais durante os três dias do festival.
Entre os eventos paralelos anuais de maior destaque estão a Cavalgada da Associação dos Vaqueiros de Arari; o Rally Trilha da Melancia, da Moto Way e equipe Papalamas; além de shows e outras atrações em diversos bares e locais de entretenimento da cidade.
Texto: Cleilson Fernandes, presidente da Academia Arariense de Letras Artes e Ciências – ALAC
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